segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Livro eletrônico começa a mudar hábitos de leitura


Geoffrey A. Fowler e Marie C. Baca
The Wall Street Journal
Muitas pessoas que compram livros eletrônicos passam a dedicar mais tempo à leitura, mostram as primeiras pesquisas sobre o assunto, num sinal encorajador para o mercado de livros.
Num estudo com 1.200 donos de leitores de livros eletrônicos nos Estados Unidos, realizado pela Marketing and Research Resources Inc., 40% disseram que passaram a ler mais do que com livros impressos. E 55% dos entrevistados pelo estudo, realizado em maio e financiado pela Sony Corp., que fabrica aparelhos do tipo, acharam que vão usar o aparelho para ler ainda mais livros futuramente. O estudo analisou donos de três aparelhos: o Kindle, da Amazon Inc., o iPad, da Apple Inc., e o Sony Reader.
[iPad]Joe Schram for The Wall Street Journal
iPad de Apple Inc.
Embora os leitores eletrônicos ainda sejam um produto de nicho que só começou a se espalhar para além dos primeiros usuários, essa nova experiência é uma grande mudança de direção nos hábitos de leitura, pelo menos nos EUA. Um estudo do Fundo Nacional de Artes em 2007 causou polêmica quando sugeriu que os americanos estavam passando cada vez menos tempo lendo. Quase metade dos americanos de 18 a 24 anos não lê por prazer, afirmou o estudo.
Cerca de 11 milhões de americanos terão pelo menos um leitor de livro eletrônico até o fim de setembro, calcula a Forrester Research. As vendas de livros eletrônicos nos EUA cresceram 183% no primeiro semestre do ano ante o mesmo período de 2009, segundo a Associação de Editores Americanos.
Pelo menos entre os primeiros a adotá-los, os livros eletrônicos não estão apenas substituindo os antigos hábitos de leitura, mas complementando-os. A Amazon, a varejista on-line que é a maior vendedora de livros eletrônicos, afirma que seus clientes, após comprar um Kindle, adquirem 3,3 vezes mais livros dela — um número que acelerou no último ano à medida que o preço do aparelho baixava.
Ainda é muito cedo para saber se o aumento do índice de leitura vai se sustentar depois que a novidade passar e os aparelhos se tornarem mais disseminados. Mas nas casas, nas salas de espera dos médicos, nas esteiras de ginástica, nos trens e ônibus, os livros eletrônicos começaram a se tornar quase tão comuns quanto os BlackBerrys.
Desde que comprou seu Kindle, ano passado, Leslie Johnson tem lido mais e em mais lugares — como num caiaque. Numa viagem recente, ela devorou um livro de ficção científica enquanto o marido pescava. "Coloquei uma capa à prova d'água", diz a engenheira de 34 anos, que mora em Albany, no Estado de Nova York.
O escritor de mistério e suspense Michael Connelly diz que deve ter uns 30 livros eletrônicos em seus Kindle, Sony Reader e iPad embora ainda leia livros impressos porque recebe muitas amostras de livros de sua editora.
"Nunca vou parar de amar o livro impresso", diz ele. Mas acrescenta: "Estou muito interessado nesse mundo. Os e-books chegaram para ficar." E complementa: "Existe a vantagem de poder carregar várias coisas. Viajo muito — acredite, eu percebo o peso."
Os primeiros livros eletrônicos apareceram nos anos 90 e não atraíram o interesse das pessoas, que tinham de ler as obras no computador ou na telinha do celular.
Jakob Nielsen, um pesquisador do Vale do Silício que estuda há mais de 20 anos como as pessoas interagem com a tecnologia, chamou recentemente 32 voluntários e lhes pediu que lessem contos de Ernest Hemingway impressos, num iPad e num Kindle. Aí Nielsen cronometrou quanto tempo demorou para eles lerem um conto em cada aparelho. Comparando com livros tradicionais, os leitores do iPad demoraram 6,2% mais e os do Kindle, 10,7%, embora a diferença entre os resultados do iPad e do Kindle não tenha sido estatisticamente significativa. Nielsen suspeita que a lentidão é causada pela tecnologia na tela dos aparelhos, cuja resolução ainda é menor que a do papel impresso.
"Os dois aparelhos lhe dão uma sensação de relaxamento, diferente do computador, que lembra a sensação do chefe vigiando você pelas costas", disse Nielsen, que comanda a firma de pesquisa Nielsen Norman Group com o ex-pesquisador da Apple Donald Norman.
Ao criar o Kindle, Jeff Bezos, diretor-presidente da Amazon, disse que pretendia desenvolver uma tecnologia que incentivasse leituras longas, em vez de pequenos trechos.
"O grande objetivo é minimizar o aparelho para que você possa entrar no mundo do autor", disse ele numa entrevista recente ao Wall Street Journal. "Seria um pesadelo para mim se esse aparelho fizesse um bip quando eu estivesse lendo."
Os livros eletrônicos também parecem estar diminuindo a diferença entre o índice de leitura de homens e o de mulheres. Um estudo publicado em março pela Book Industry Study Group Inc. descobriu que os homens consomem mais livros eletrônicos que as mulheres, por uma pequena margem — 52% contra 48% —, numa inversão do índice nos livros impressos, em que as mulheres compram mais.
Pessoas que usam e-books também dizem que 52% de seus livros eletrônicos foram edições que eles compraram, enquanto 48% eram amostras grátis ou versões de domínio público.
As bibliotecas americanas estão expandindo os serviços que permitem às pessoas "retirar" virtualmente um livro pela internet, com arquivos que travam automaticamente quando termina o prazo do empréstimo. Segundo a Associação Americana de Bibliotecas, apenas 38% delas ofereciam serviços de empréstimo de livros em 2005, mas ano passado o número cresceu para 66%.
O livro eletrônico de ficção mais solicitado é "Os Homens que Não Amavam as Mulheres", de Stieg Larsson, segundo a Overdrive, uma empresa que empresta livros digitais para mais de 11.000 bibliotecas. O mesmo acontece na Amazon, o maior site de e-books, onde Larsson também encabeça as listas de mais vendidos nesse meio.
Existem alguns aspectos da experiência com um livro impresso que os livros eletrônicos ainda não conseguiram recriar. Travas digitais nos livros eletrônicos impedem que se empreste a obra para um amigo, embora os títulos gratuitos sejam compartilhados mais rapidamente do que nunca pela internet. O Scribd.com, um site em que é possível publicar e ler livros digitais, compartilha livros e documentos 10 milhões de vezes por mês, afirma a empresa que o opera.
Números de páginas também são um problema para os livros eletrônicos, já que o número de palavras na "folha" depende do tamanho da tela e da fonte. As páginas podem ser antiquadas, mas são muito úteis para garantir que os participantes de um clube de leitura ou estudantes saibam qual página está sendo discutida. Para o leitor individual, a ausência de número nas páginas implica que não há como pular até o fim do livro. A maioria dos livros eletrônicos tenta substituir o número da página mostrando a porcentagem do livro que já foi lida.
A tecnologia trouxe um leque de funções para os livros eletrônicos que seriam impossíveis nos impressos. A escritora de livros infantis Lynley Dodd vende um título de sua série "Hairy Maclary" como um app para o iPad. O aplicativo permite que pais ou crianças gravem a si mesmos lendo o livro em voz alta, e uma função de colorir deixa as crianças pintar os desenhos originais.
Com um leitor eletrônico, dá para segurar o livro e mudar as páginas com uma mão. Alguns leitores elogiam a maneira como a fonte pode aumentar com poucos cliques — e dá para ler na cama aparelhos com iluminação própria, como o iPad, mesmo quando as luzes estiverem apagadas.
Os capítulos gratuitos de livros eletrônicos, comuns na maioria das lojas on-line, facilitam experimentar a obra.
Mas o papel tem um benefício que os eletrônicos não têm: não precisa ser desligado durante a decolagem e a aterrissagem do avião. Numa viagem recente a Seattle, Jamie McKenzie, um escritor de 64 anos de Bellingham, no Estado americano de Washington, disse que se sentiu superior quando pediram que o homem do assento ao lado desligasse seu Kindle para a decolagem. "O cara pode ter acesso a 10.000 livros, mas eu é que consegui continuar lendo.", disse ele.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A sustentável leveza de um clique

25 de agosto de 2010, 20:47

Nossas redes aumentam na exata proporção da nossa incapacidade de interface presencial.

Por Fernand Alphen
O problema da humanidade é o descarte. Como somos animais muitointeligentes, a gente começou a substituir “fisicalidades” por virtualidades etéreas. Do óbvio ao menos evidente.
Por exemplo, trocamos as cartas, os cadernos, as canetas, pelos correios eletrônicos. Trocamos os livros, as enciclopédias, pelas bibliotecas virtuais. Tudo muito simples de armazenar e num clique, a gente pode descartar tudo que já precisou de um suporte físico para existir.
Um mero apagão pode apagar obras que se propagaram por séculos, que levaram anos para serem escritas e compostas. Descarte econômico, sem vestígio nem efeito colateral.
Mas também estamos substituindo outras insustentabilidades. Por exemplo, as relações humanas. Nossas redes aumentam na exata proporção da nossa incapacidade de interface presencial.
Quanto mais gente conhecemos, menos podemos e também queremos presença, toque, intercâmbio físico. Trocamos smiles que querem dizer beijo, choro, raiva e alegria. Simples, econômico e, acima de tudo, maravilhosamente descartável.
Na Montanha Mágica, Hans Castorp passa 30 páginas para ter coragem de dizer bom-dia para uma moça que, como ele, se trata no sanatório. Mas ele não consegue muito mais do que um sorriso. Um sorriso que durou semanas. Que trampo, coitado!
Se ele tivesse o Facebook da moça, eles já estariam namorando na primeira linha. Na obra, não rola nada entre os dois. Se fosse no Skype, eles teriam transado na primeira ligação. Hans teria tido muitas outras namoradas, teria distribuído milhões de beijos e, acima de tudo, teria maravilhosamente descartado todas, num clique.
Viva o mundo descartável. [Webinsider]

Por que professores e escolas não caem nas redes sociais?


Simão Marinho, da PUC-MG, fala sobre as dificuldade de integrar educação e sites

ThinkstockNathalia Goulart

Uma pesquisa realizada pelo Ibope revelou que 87% dos usuários de internet do país utilizam uma rede social - 83% deles usam esses serviços para finalidades pessoais. É legítimo supor que estudantes e professores também se relacionam por meio daqueles sites. Contudo, se as redes são hoje território da amizade, da diversão e da paquera, ainda é difícil pensar em usos pedagógicos para a ferramenta. Pelo menos é isso que conclui Simão Marinho, coordenador do programa de pós-graduação em educação da PUC-MG e assessor pedagógico do programa Um Computador por Aluno, do governo federal. “A escola é como uma cidade com muros que a limitam. Já o Facebook ou o Orkut são inverso disso – são praças públicas onde podemos encontrar todo o tipo de elemento”. E isso, segundo o especialista, assusta escolas e professores. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista com Marinho, convidado a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo.
As redes sociais já fazem parte da educação?
Do ponto de vista pedagógico, acredito que ainda não há nenhum impacto das redes sociais virtuais na educação. Fora da escola, ou mesmo para entrar em contato com os amigos da escola, os alunos fazem uso das redes – Orkut, Facebook, MySpace –, mas elas ainda não são usadas para outros fins.
Quais os entraves à aproximação entre escolas e redes digitais? 
A primeira dificuldade está na estrutura da escola e na postura do professor. Dificilmente, eles chegariam ao modelo ideal de rede, que é aquela que não tem centro, não tem comando nem poder. Dentro dessa estrutura, vejo uma enorme dificuldade para a escola fazer uso dessas redes porque seria preciso que os que os professores não se sentissem comandando alunos, determinando tarefas. Além disso, existem alguns riscos nas redes sociais que a escola não quer assumir, como o da segurança, do bullying e da pedofilia. Por tudo isso acredito que hoje a escola não está na rede, e a rede não está na escola.
A liberdade característica das redes sociais é um empecilho?
Sim. A escola é como uma cidade com muros que a limitam. Já o Facebook ou o Orkut são inverso disso – são praças públicas onde podemos encontrar todo o tipo de elemento, do mais benigno ao mais nocivo. Isso sem dúvida é um complicador, porque nem todos que estão ali são os parceiros de escola.
Se a escola ainda não está na rede, o senhor sente uma demanda dos alunos para que ela esteja? Acho que os alunos não estão interessados nesse envolvimento. Se você descola da questão educacional, eles se envolvem nas redes e até abordam questões ligadas à escola, mas não são questões ligadas ao aprendizado. Tive acesso a uma pesquisa nos Estados Unidos onde a maioria dos alunos pedia aos professores que não estabelecessem contato nas redes sociais. É como se dissessem: ‘Acabou a hora da aula, não quero mais falar com você’. Isso acontece, em parte, porque os alunos usam essas redes inclusive para criticar os professores. O Orkut, por exemplo, tem aquelas comunidades ‘Eu odeio o professor fulano’. Então os alunos não querem o professor na rede. Com esse tipo de uso, a escola fica ainda mais desconfiada em usar as redes.
Fora da sala de aula, os alunos e até os professores fazem uso das redes sociais por lazer. Transformar esse lazer em aprendizado é um desafio? 
É um grande desafio. O ideal seria que o aprendizado tivesse o mesmo gosto saboroso do lazer e fosse uma fruta tão tentadora e suculenta quando a fruta da diversão. Porque os alunos e professores vão atrás disso nas redes sociais, eles querem a conversa afiada com o amigo, trocar ideias, fazer planos para o fim de semana. Algumas escolas isoladamente já conseguiram superar esse desafio, mas são poucas. Não estou dizendo que não funcione, mas acredito que ainda não encontramos a fórmula para isso.
Quais seriam as vantagens de uma escola integrada às redes sociais?
A vantagem maior seria que as escolas, os professores e os alunos conversassem entre si e trocassem experiências. Mas a discussões deveria girar em torno da educação ou a rede social vira apenas um playground, uma área de lazer e entretenimento. E para que isso aconteça é preciso que cada nó dessa rede tenha uma importância e contribua para a discussão, porque a comunicação por esse meio pressupõe igualdade, sem ninguém controlando as cordinhas da rede. E acredito que esse seja um complicador para as escolas.
O que escolas e educadores devem evitar em matéria de redes sociais?
Os professores não devem reprisar na virtualidade aquilo que está acontecendo na sala de aula, ou seja, devem buscar expandir na internet os conteúdos ensinados na escola. Os conteúdos são importantes, mas tratar de assuntos que extrapolem o aprendizado também pode ser interessante. Por exemplo, professores e alunos podem discutir o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nas redes sociais. Podem – e devem – discutir o vestibular, dificuldades, carreira. Se a escola começar a criar essas espaços e fóruns, pode ser que a rede funcione. 
Alguns entusiastas defendem que o bom uso das redes sociais pode funcionar como catalisador da reinvenção da escola. O senhor acredita nisso?
Isso é coisa de entusiasta! Não podemos jogar na ferramenta o peso da inovação pedagógica. Nenhuma máquina muda a escola. O que muda a escola é o professor e não acredito que apenas o fato de ele se integrar a uma rede social mude alguma coisa. Antes disso, ele precisa entender que a educação hoje tem um outro significado. Hoje o professor já não é a única fonte de informação que ele aluno tem. Ele precisa entender que o papel dele é criar estratégias para que o aluno aprenda, seja com a escola, com a internet, com o celular ou com o livro.
O senhor é assessor pedagógico do programa do governo federal Um Computador por Aluno (UCA). O que de fato os alunos desenvolvem com a ajuda do computador?Com o computador, eles têm acesso a fontes de informações diversas, além de ter nas mãos a possibilidade de se expressar por linguagens multimidiáticas. O laptop do UCA é computador, comunicador, telefone, câmera de vídeo e fotográfica, gravador digital, entre outros. Ele é fundamentalmente um instrumento para a linguagem múltipla que eu utilizo quando preciso. E junto com a discussão da inovação tecnológica tentamos discutir a inovação pedagógica. E só assim poderemos transformar a escola.

Educar na Cultura Digital - apontamentos de um debate instigante

Quem acompanhou o lançamento na Bienal do livro do Grupo de Estudos Educar na Cultura Digital, nova iniciativa do EducaRede, pôde acompanhar uma conversa inspiradíssima entre a Profa. Léa Fagundes e o Prof. André Lemos, um exercício de diálogo e reflexão envolvendo dois grandes pensadores de temas relacionados a cibercultura e à educação.

Como Lemos colocou com muita exatidão,o tema que nos diz respeito, enquanto profissionais, segue sendo o da educação - e ponto. A cultura digital é mais um dos elementos que se coloca na nossa mediação do dia a dia, mas nossa preocupação com um processo educacional de qualidade, com uma formação consistente, é a mesma, ainda que estejamos distantes do uso das tecnologias digitais.
Lemos foca sua atenção no estímulo à capacidade de leitura de seus alunos, entendendo que é preciso atuar para formar um leitor que não se deslumbre com a rapidez dos cliques nos hiperlinks, e possa ter fôlego para um texto mais longo, para uma compreensão do conjunto de idéias expressado por um autor. Nesse sentido, ele aponta a escola (e a Universidade aí incluída) como um espaço contracultural: se a tecnologia que vai se disseminando encaminha para um ritmo acelerado de consumo de conteúdos, uma tendência à fragmentação e à leitura superficial, o papel do educador é fazer o contraponto, convidar à paciência, demandar a leitura aprofundada e reflexiva.
Por outro lado, aponta com clareza alguns incômodos que fazem com que a instituição escolar apareça como estática, inerte diante às mudanças ao seu redor. Lemos fala dos discursos artificializantes que instituem a escola: a disciplina, a ordem, o currículo. Na rapidez das demandas do debate - aliás denunciadas por ele - não foi possível se prolongar nessas idéias, mas fiquei instigada em pensar onde daria essa reflexão sobre a artificialidade dos ritos escolares.
A Profa. Léa reforçou algumas idéias que seria fantástico caso se tornassem senso comum: máquinas e conexão, por si só, não garantem à escola processos educacionais que envolvam cultura digital; conteúdos empacotados digitalmente não promovem, instantaneamente, usos interessantes da Rede na escola.
Falando do conservadorismo da escola, Léa retoma alguns princípios que podemos constatar em vários dos projetos em que ela se envolve. Um deles é o da ruptura com a rigidez da seriação, das fileiras na sala, da homogeneidade das leituras, do professor como o provedor do saber ou das respostas prontas. Léa reforça a necessidade de uma mudança de posicionamento do professor, ao afirmar que é difícil ensinar se agente não se coloca como aprendiz.
A ênfase de Léa ao protagonismo extremado dos alunos - ela apresenta o professor como uma figura mais esmaecida - foi questionada por Lemos. Para ele, é preciso também que os alunos aprendam a ouvir e oferecer atenção a pessoas que muitas vezes tem muito a nos ensinar. É a partir desse exercício que nos colocamos em condição de aprender com falas como a da Prof. Léa, por exemplo.
Ao ser questionada sobre que produtos editoriais seriam adequados a esse fazer educacional, Léa destacou que não acredita em modelos nem em padronizações. Ela pergunta: a que nos levou a padronização ao longo da História? Não pude deixar de pensar na produção de Recursos Educacionais Abertos como um caminho interessante nessa perspectiva.
Todos esses pontos são uma ótima base para o lançamento do Grupo de Estudos. Espero que esse marco se consolide como um espaço de conversa dessa qualidade, e que mantenha-se dialogando com os demais espaços de conversa que povoam a Rede.

Japoneses inventam máquina que converte plástico novamente em petróleo

08/24/2010

Vídeo em que o diretor da empresa explica o uso da máquina. ©Our World 2.0.


A produção e manufatura de plásticos consome 7% das extrações globais de petróleo. Depois de sua normalmente curta vida útil, os produtos plásticos deixam uma pegada difícil de apagar: lotam aterros sanitários, emitem carbono durante a incineração e, o que é ainda pior, formam grandes manchas de lixo no Pacífic e no Atlântico ().

Ao que parece, este cenário pode mudar –  e não em enormes usinas de processamento, mas dentro de nossas casas: uma empresa japonesa desenvolveu uma máquina capaz de converter plástico novamente em petróleo.


Segundo a empresa Blest, criadora da máquina, a ideia nao é apenas reciclar o plástico, mas fazer com que as pessoas valorizem o que jogam fora. Se a população pudesse transformar os resíduos em um recurso valioso, eles deixariam de ser vistos (e descartados) apenas como lixo.

Segundo um artigo de Our World 2.0, o aparelho é seguro porque utiliza um aquecedor elétrico, em vez de chamas, e é capaz de processar polietileno, poliestireno e polipropileno (tipos 2-4), mas não garrafas PET (tipo 1). O produto resultante é um gás de petróleo que poderia alimentar geradores e fornos, e até abastecer o motor de veículos depois de ser refinado. Com um quilo de plástico, pode-se produzir um litro de petróleo, consumindo um quilowatt de eletricidade.

Atualmente, a versão menor da máquina é comercializada no Japão por 9.500 dólares, mas a empresa espera que ela se torne mais acessível no futuro.

Obviamente, esta máquina não é a solução para a dependência de plástico da nossa sociedade. Mais do que reciclar, precisamos refletir sobre as vantagens de gastar enormes quantidades de matérias-primas e energia para produzir brinquedos, embalagens e produtos que são jogados no lixo pouco tempo depois de comprados.

E você, o que acha? Qual é a sua opinião sobre este invento?






fonte: http://blogs.discoverybrasil.com/descubra-o-verde/2010/08/japoneses-inventam-m%C3%A1quina-que-converte-pl%C3%A1stico-novamente-em-petr%C3%B3leo.html

Vídeos no Youtube e Twitter mostram que a internet está influenciando as campanhas eleitorais no Brasil






A eleição no Brasil mudou consideravelmente na era da internet. Este ano, os candidatos estão brigando não só por votos, mas também por cliques entre um número grande de usuários deinternet.
Os principais concorrentes à sucessão do presidente Lula tornaram-se ávidos tweeters, investiram em sites que podem recolher doações, e participaram do primeiro debate presidencial online do país recentemente.
O debate entre a coalizão governista de Dilma Rousseff, seu principal oponente, José Serra, e a candidata do Partido Verde, Marina Silva, foi transmitido ao vivo em redes como Twitter e Facebook. Embora a TV continue a ser o meio mais poderoso no Brasil, a internet está crescendo rapidamente em importância à medida que milhões de consumidores compram computadores a cada ano.
Os dois principais partidos estão tentando importar os aspectos da estratégia que ajudou Barack Obama ganhar a presidência dos EUA em 2008, através da organização de adeptos e da coleta de doações on-line.
Segundo o Banco Mundial, o número de usuários de internet no Brasil atingiu 72 milhões em 2008, o dobro de quatro anos antes. Os brasileiros acumulam mais tempo online por mês do que qualquer outra nacionalidade.
Assim como a “Obama Girl” nos EUA, no Brasil também tem um vídeo ficando famoso, do “Dilmaboy”, com milhares de exibições no Youtube. Nele, o estudante universitário Paulo Reis dança e canta sua admiração a Dilma, dizendo ao seu adversário: “Sabe que o povo tem fome e quer comer. Sorry, Serra, mas essa você vai perder”.
O vídeo é um raro momento de alívio cômico para os eleitores no Brasil, pois a televisão e as estações de rádio estão legalmente proibidas de fazer qualquer humor envolvendo candidatos nas vésperas da eleição.
Serra, ex-governador de São Paulo, usa sua página no Twitter desde o ano passado para formar um elo direto com os eleitores. Na luta contra a sua imagem de um pouco duro e distante, ele faz reflexões mais leves sobre futebol e sua rotina diária. Serra está atrás da Dilma nas pesquisas de opinião, mas pelo menos tem uma maior presença no Twitter, com mais de 370 mil “seguidores” contra 174 mil da rival.
O popular Lula ainda não tem página própria no Twitter, mas uma mensagem de vídeo dele foi publicada na página da Dilma, exortando os usuários da internet a ajudar a tornar Dilma a primeira líder mulher do país.
Segundo os especialistas, cada usuário da internet é um formador de opinião. Neste momento, apenas os militantes parecem interessados na ferramenta, mas os pesquisadores acreditam que muita gente vai procurar informações online sobre os candidatos perto do dia da eleição.
Já os céticos dizem que o envolvimento dos brasileiros em sites de relacionamento como o Twitter é superficial, e pouco provável que se traduza em ativismo popular pelos candidatos, em grande parte não-carismáticos e com origens semelhantes.
Segundo uma pesquisa do Datafolha, apenas 7% dos eleitores obtém informação de campanha na internet, em comparação com mais de 20% nos Estados Unidos. Os especialistas dizem que no Brasil os partidos ainda estão aprendendo a usar este meio, então ainda há muita incerteza sobre o seu impacto. [Reuters]



fonte: http://hypescience.com/videos-no-youtube-e-twitter-mostram-que-a-internet-esta-influenciando-as-campanhas-eleitorais-no-brasil/

Alemanha quer proibir uso de redes sociais em seleção de empregos


Projeto de lei prevê multa de até R$671 mil para empresa que utilizar sites de relacionamento como forma de seleção
Quarta-feira, 25 de agosto de 2010 às 17h40
Perfis em redes sociais já se tornaram uma nova forma de avaliação de profissionais em seleções de emprego. Para o governo alemão, no entanto, a prática pode não ser tão positiva quanto parece.
De acordo com informações divulgadas pela Associated Press, o ministro da Alemanha Thomas de Maiziere apresentou nesta quarta-feira, 25/08, um projeto de lei que deve tornar ilegal o uso de redes sociais como método de seleção de funcionários.
Devido à impossibilidade de empregar leis sobre informações públicas, a regra só deve proibir a ação de tornar-se contato do candidato com o propósito de usar o site como etapa de escolha.
O ministro, contudo, confirma a dificuldade de se aplicar a lei, já que o empregador poderia alegar diferentes argumentos para a rejeição de um candidato.
Caso a pessoa que tenha sido prejudicada com o acesso ao perfil em sites de relacionamento consiga provar a ação do empregador, a multa contra a empresa pode chegar a até US$379 mil, cerca de R$671 mil.
A lei ainda não tem previsão de quando será implementada.

Usuários poderão fazer ligações para telefones pelo Gmail



PUBLICIDADE
DE SÃO PAULO

O Google anunciou nesta quarta-feira (25) que usuários de seu serviço de e-mail, Gmail, poderão ligar para telefones normais diretamente do site, em concorrência direta com o serviço de telefone online Skype e operadoras de telecomunicações.
Embora o Google já permitisse conversas de voz e videochat através do Gmail, a empresa afirmou que, a partir desta quarta-feira, também irá oferecer, pela primeira vez, ligações para telefones comuns, tanto fixos quanto celulares.
Reprodução
Interface do sistema de ligações telefônicas do Gmail, anunciado nesta quarta-feira (25)
Interface do sistema de ligações telefônicas do Gmail, anunciado nesta quarta-feira (25)
O Google promete ligações gratuitas para telefones nos Estados Unidos e no Canadá até o final do ano, e diz que irá cobrar tarifas baixas por ligações para outros países.
A companhia de internet afirmou que o preço de ligações para Reino Unido, França, Alemanha, China e Japão, por exemplo, seria de US$ 0,02 (R$ 0,04) por minuto.
A ferramenta funcionará da mesma forma que um telefone normal. Para fazer uma ligação, o usuário deve clicar na opção "ligar para telefone" em sua lista de amigos de chat ou digitar o número ou o nome do amigo com quem quer falar.
De acordo com a lista de preços disponível no site da empresa, a ligação dos EUA para o Brasil custa, por minuto, em valores convertidos, R$ 0,04 para telefones fixos do Rio de Janeiro e São Paulo, R$ 0,07 para outros estados e R$ 0,27 para telefones celulares.
O Skype, controlado pelo site de leilões eBay, já oferece os serviços de ligação para telefones, conversas de voz e vídeo chat há tempos. A empresa afirmou no começo de agosto que busca levantar US$ 100 milhões (R$ 177 milhões) em uma oferta pública de ações.
Segundo a assessoria do Google brasileiro, ainda não há previsão para a chegada do serviço no Brasil.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/tec/788704-usuarios-poderao-fazer-ligacoes-para-telefones-pelo-gmail.shtml

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Eu mereço!

Um amigo resolveu ganhar status divulgando um video meu! rsrss! Valeu Dim, Abraço!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Empresa lança tecnologia para escanear íris e aumentar segurança nas cidades

Proposta é criar banco de dados da população. Previsão é que o mundo inteiro utilize a tecnologia dentro de 10 anos

Quinta-feira, 19 de agosto de 2010 às 16h05
Se você acreditou que o rastreamento das pessoas mostrado em Minority Report estava longe de acontecer, não fique tão certo disso. A empresaGlobal Rainmakers Inc. anunciou o lançamento de uma tecnologia para escanear as íris das pessoas.

A proposta da empresa é criar a cidade mais segura do mundo. O local escolhido foi Leon, no México. A pretensão é que scanners de olhos sejam espalhados pela cidade.

De acordo com o CDO (Chief Development Officer) da empresa, Jeff Carter, em um futuro próximo a íris será a chave da sua casa, do carro, do trabalho e até mesmo poderá ter seus registros médicos acessados por ela.

A previsão é que a tecnologia esteja espalhada pelo mundo dentro de 10 anos, onde cada pessoa, lugar e coisa estará conectada pelo sistema de identificação.

O primeiro passo para a implementação do sistema é criar um banco de dados de íris. Os criminosos terão suas íris digitalizadas automaticamente, enquanto os que cumprem as leis terão a opção de efetuar o cadastro.

A fase inicial consiste em instalar o sistema em delegacias, centros de detenção e outras instalações policiais. Essa primeira fase irá custar menos de US$5 milhões. A segunda fase terá início nos próximos três anos, onde o foco serão as empresas, incluindo transporte de massa, bancos e locais públicos ou privados.

Os dispositivos serão scanners com capacidade de identificar até 50 pessoas por minuto e o equipamento menor permite passagem entre 15 e 30 pessoas em 60 segundos.

Quanto às pessoas que utilizam lentes de contato, não foi divulgado se elas dificultam ou não o processo de digitalização e identificação.

Uma representação do procedimento foi feito pelo autor do site FastCompany e pode ser conferido no vídeo abaixo.