O que me motiva a escrever alguns artigos é a euforia desenfreada das pessoas quando alguma coisa recebe um destaque acima da média. E sempre há um tema da moda para as revistas de tecnologia usarem em suas capas para venderem seus exemplares. Foi assim com mobile payment, com SOA e, recentemente, com cloud computing. Mas agora não se fala de outra coisa que não sejam as mídias sociais.
As mídias sociais são uma continuidade da revolução nos meios eletrônicos de comunicação, que começou quando a Internet foi democratizada. Elas dão poder aos usuários para trocarem informações, manifestarem suas opiniões e interagirem frenética ou moderadamente, dependendo de seu perfil. Isso tudo é muito bom, mas quando as mídias sociais deixam de ser um aliado e geram resultados não desejados? Quando as conseqüências não são mensuradas.
Vejamos alguns exemplos.
Há muito tempo eu tinha uma conta no Orkut que criei para conhecer o serviço. Logo encontrei amigos com os quais havia perdido contato. Fiquei entusiasmado. Nas num certo dia, no entanto, acessei minha conta e vi que um amigo havia deixado uma mensagem expondo algumas informações pessoais minhas.
Na mesma hora decidi apagar minha conta do Orkut e abandonei o serviço. Não era nada grave, falava da minha moto apenas, mas aquilo me fez pensar que qualquer pessoa com acesso à web, poderia obter informações sobre mim. Preferi preservar minha privacidade.
Eu, na piscina?
Uso muito o Google Maps, serviço fantástico e gratuito para ajudar a traçar rotas e conhecer detalhes do mapa de alguma região. Também instalar o Google Latitude, um serviço que permite traçar toda a sua movimentação enquanto estiver rodando em seu smartphone. Adicionei poucos conhecidos. Um dia estava em reunião no Rio de Janeiro e recebi uma mensagem de um colega. Ele me perguntava se eu estava gostando da piscina do local onde estava, porque quando o GPS não funciona, a opção é buscar a localização do usuário através da triangulação de antenas das operadoras móveis. Isso pode gerar uma variação de centenas de metros entre a localização exata e a obtida pela triangulação das antenas. Eu, de terno e gravata, passando calor enquanto aguardava para começar a reunião, decidi desinstalar o serviço porque achei que as pessoas poderiam tirar conclusões equivocadas.
Uso muito o Google Maps, serviço fantástico e gratuito para ajudar a traçar rotas e conhecer detalhes do mapa de alguma região. Também instalar o Google Latitude, um serviço que permite traçar toda a sua movimentação enquanto estiver rodando em seu smartphone. Adicionei poucos conhecidos. Um dia estava em reunião no Rio de Janeiro e recebi uma mensagem de um colega. Ele me perguntava se eu estava gostando da piscina do local onde estava, porque quando o GPS não funciona, a opção é buscar a localização do usuário através da triangulação de antenas das operadoras móveis. Isso pode gerar uma variação de centenas de metros entre a localização exata e a obtida pela triangulação das antenas. Eu, de terno e gravata, passando calor enquanto aguardava para começar a reunião, decidi desinstalar o serviço porque achei que as pessoas poderiam tirar conclusões equivocadas.
Também criei uma conta no Twitter. Assim como no caso do Orkut, gostei do serviço e passei a utilizá-lo, permitindo que apenas pessoas autorizadas vissem minhas mensagens. Uma das pessoas que passei a seguir passou a usar um serviço chamado Foursquare, que envia coordenadas da sua localização, dentre outras coisas. O que me chamou a atenção foi que comecei a ler várias mensagens que informavam exatamente a localização dessa pessoa. “Estou em casa na rua x”, Estou na empresa no endereço y”, etc. Esse serviço está sendo muito usado, principalmente pelos jovens. Trata-se de uma oportunidade para ladrões, seqüestradores, estupradores e todo tipo de marginal para planejar e executar uma ação. Em algumas situações as pessoas expõem tudo e até marcam encontros descrevendo lugar, horário e a roupa que estarão vestindo.
Golpe do telefone e o Twitter
Outra situação acontece com os malfeitores que aplicam o golpe do telefone para cobrar um suposto seqüestro. Eles ligam para uma pessoa e dizem ter um familiar em seu poder e pedem para pagar pelo suposto resgate. Na maioria das vezes as pessoas conseguem evitar ligando para a pessoa supostamente seqüestrada. Mas e se o usuário colocar no twitter que ficará com o celular desligado por duas horas porque acaba de entrar no cinema? Fica mais fácil intimidar a família, não? Deve-se prestar atenção e mensurar as conseqüências desse tipo de exposição.
Outra situação acontece com os malfeitores que aplicam o golpe do telefone para cobrar um suposto seqüestro. Eles ligam para uma pessoa e dizem ter um familiar em seu poder e pedem para pagar pelo suposto resgate. Na maioria das vezes as pessoas conseguem evitar ligando para a pessoa supostamente seqüestrada. Mas e se o usuário colocar no twitter que ficará com o celular desligado por duas horas porque acaba de entrar no cinema? Fica mais fácil intimidar a família, não? Deve-se prestar atenção e mensurar as conseqüências desse tipo de exposição.
Do ponto de vista corporativo, existe o risco de as pessoas não medirem as conseqüências e divulgarem informações confidenciais pelos softwares de mídias sociais. A maioria das pessoas busca status através da obtenção do maior número de seguidores no twitter, leitores de seus blogs ou páginas sociais. Algumas vezes não medem as conseqüências e publicam informações corporativas estratégicas, provocando problemas para suas empresas. Outro problema é a linha tênue entre a vida pessoal e profissional nas redes sociais. Tanto que um simples comentário sobre futebol pode gerar uma situação constrangedora sem precedentes e culminar na demissão de um colaborador.
E se as mídias sociais foram usadas de forma desleal? E se uma empresa criasse milhares de usuários falsos para elogiar seus produtos ou serviços e você comprasse algo muito ruim com base nos depoimentos falsos? E se pessoas mal intencionadas iniciarem um relacionamento com seu filho ou filha?
O objetivo desse artigo é provocar a reflexão. Posso parecer neurótico com a questão da privacidade, mas é importante conhecer e imaginar o efeito colateral de tanta socialização. Conhecendo essas ferramentas e refletindo sobre sua utilização, procure extrair ao máximo das redes sociais para sua vida e sua empresa. E, claro, evite confusões.
* Roberto Dariva é Diretor Executivo da Navita, especializada em soluções para Portais/Intranets e smartphones BlackBerry®
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